Dever
cumprido, direito esquecido!
Quando a sociedade se preocupa excessivamente em especificar os direitos do cidadão, jamais ... continua.
Quando a sociedade se preocupa excessivamente em especificar os direitos do cidadão, jamais ... continua.
A dor e a saudade diante da perda de um ente querido são muito grandes. Ficam ainda maiores ... continua.
Quando adquirimos conhecimento, passamos a dominar a teoria. Mas, quando será a hora de colocarmos em prática? Sabemos que ... continua.
Se a mágoa, está ferindo sua alma, busque praticar as sábias e amorosas lições do Mestre, ... continua.
A fragilidade é uma característica do que se quebra facilmente porque é frágil.
O Mestre Jesus já dizia que ... continua.
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Por definição,
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Quando a sociedade se preocupa excessivamente em especificar os direitos do cidadão, jamais encontrará a paz e harmonia para se viver em comunidade.
Há uma tendência em estabelecer e especificar detalhes sobre os nossos direitos adquiridos. Diante das condutas sociais, pleiteamos novos direitos, surgem novas leis e penalidades.
Apesar disso, parece ser insuficiente para diminuir conflitos e desentendimentos, enquanto o desrespeito aos direitos do próximo fica mais evidente. Poucos acreditam na aplicação das penas. Leis não faltam, profissionais também não.
Os canais de informação divulgam constantemente crimes de todo tipo e graus de violência, cometidos muitas vezes por motivos banais. Geram a sensação de que não há solução a curto prazo.
Há milênios a humanidade conhece a mais básica das Leis Divinas: amar o próximo como a si mesmo. Recomenda amar a tudo e a todos, sem distinção. Sendo o suficiente para reger a sociedade e o convívio entre os cidadãos.
Apesar de ser uma lei milenar, ainda é um desafio aplica-la, pois insistimos em criar detalhes e exceções para amar ao outro.
E se ao invés de criarmos novos direitos personalizados, passássemos a cumprir os nossos deveres?
Se todos nós abríssemos mão dos nossos direitos e apenas cumpríssemos incondicionalmente nossos deveres, quem se sentiria lesado?
Cumprir os deveres familiares, nas ruas, nos prédios, nos clubes, nas igrejas, respeitando as diversidades, desejando bem ao próximo, certamente elevaria o convívio em sociedade a patamares jamais imaginados, substituindo o pesadelo moderno em que vivemos.
É insuficiente não praticarmos o mal. É absolutamente necessário fazer o bem, como disse o Mestre Jesus: “Tudo aquilo, portanto, que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles, pois esta é a Lei”.
Kardec também registra no Livro dos Espíritos: “cumpre-lhe fazer o bem no limite de suas forças”.
Toda a Lei Divina está contida na máxima do amor ao próximo, e nos deveres de uns para com os outros. Mas é preciso mostrar como se aplica, pois diante de nossas limitações, necessitamos de regras precisas, já que preceitos gerais e muito vagos, abrem inúmeras portas de interpretação.
Frequentemente reivindicamos nossos diretos, sem primeiramente respeitarmos os do próximo.
Para haver direito reclamado, há que antes existir dever cumprido.
As bem-aventuranças não nos convida a reivindicar direitos. O Mestre Jesus aqui encarnado, demonstrou como cumprir o dever de amar ao próximo. O bom samaritano, cumpriu seu dever antes de qualquer exigência.
Santo Agostinho, no Livro dos Espírito, compartilha conosco, seu hábito diário de se questionar sobre o cumprimento dos seus próprios deveres.
O cumprimento do dever nos leva ao autoconhecimento, tão necessário nesses dias tão conturbados.
Se todos cumprirmos nossos deveres no dia-a-dia, os direitos serão esquecidos, pois serão desnecessários.
(Adaptação: Revista Internacional de Espiritismo, ano 95, nº 3, abril/2020)
A dor e a saudade diante da perda de um ente querido são muito grandes. Ficam ainda maiores quando se trata de um filho, já que pela ‘ordem natural da vida’, os mais velhos deveriam desencarnar primeiro.
Mesmo sabendo que a afinidade espiritual resiste ao tempo, através da eternidade, a distância física é dolorosa durante o processo de luto.
Muitos pais vêm buscando oportunidades para manter a ‘convivência’ com os filhos desencarnados.
Uma mãe sul-coreana, emocionou-se intensamente ao conversar, brincar e fazer piquenique com sua filha que desencarnou aos 7 anos de idade, utilizando realidade virtual.
Nos próximos anos ou décadas, veremos evoluções nessa área, mas a Doutrina Espírita nos dá conhecimentos que alertam sobre os perigos que esse ‘encontro’ pode gerar, entre eles a dependência emocional.
A questão 936 do Livro dos Espíritos fala sobre as dores inconsoláveis. Somos sensíveis à saudade, mas quando a dor se torna excessiva, somos tomados pelo desalento e pela desesperança.
Quando lamentamos o desencarne de alguém, nos incomodamos com a liberdade desse. Quando deveríamos aguardar com paciência o nosso momento de desencarnar, buscando consolo nos esclarecimentos da Doutrina Espírita.
Cada espírito reencarnado, traz uma programação própria, de acordo com suas necessidades de aprendizado. Assim, uns ficarão mais tempo reencarnados que outros. Mesmo aquele que ficar menos tempo aqui, terá uma experiência de grande valor.
É egoísmo querer prender ao nosso lado as pessoas que amamos. Amar, significa permitir que sigam suas jornadas evolutivas.
Não precisamos de realidade virtual para reviver bons momentos com as pessoas que amamos.
Pode ser que os espíritos consigam projetar-se por uma tecnologia similar no futuro, mas por ora, é algo artificial.
Muitas vezes não percebemos conscientemente a proximidade dos nossos entes queridos, mas estamos ligados pelo pensamento, pela afinidade e pelo amor que permanece.
(Adaptação: Revista Internacional de Espiritismo, ano 95, nº 3, abril/2020)
Quando adquirimos conhecimento, passamos a dominar a teoria. Mas, quando será a hora de colocarmos em prática?
Sabemos que os espíritos infelizes sentem prazer quando conseguem atrasar nosso desenvolvimento espiritual, pois estaremos afinizados a eles, vivenciando as mesmas experiências infelizes.
Conhecer a Doutrina Espírita, nos tira do analfabetismo moral e nos alfabetiza na Lei do Amor.
Ainda como espíritos imperfeitos, mal conseguimos intuir Deus. Ainda somos infantis na escalada da evolução espiritual e pureza de coração. Compreender a profundidade e validade das Leis Divinas, nos coloca no caminho da Reforma Íntima.
Temos espíritos amigos que nos apoiam nessa jornada repleta de obstáculos e oportunidades de aprendizado.
Cada vez que vacilarmos ou duvidarmos da perfeição das Leis Divinas, estaremos em sintonia com espíritos infelizes, que nos afastarão do nosso caminho, já que eles estão completamente desorientados.
Diante deles, precisamos praticar a orientação do Mestre Jesus: “orai e vigiai”, enquanto nos mantemos no caminho do bem, pois essa vibração negativa pode nos contaminar, caso estejamos desconectados de uma conduta mental e moral edificante.
Os bons sentimentos envolvidos em nossas atitudes, nos faz progredir individualmente e consequentemente impulsionam a evolução da humanidade.
Perdemos um precioso tempo enquanto nos preocupamos com as aparências, ou reclamando da própria situação. Todos nós ainda damos passos vacilantes rumo à perfeição.
A Doutrina Espírita é a ferramenta que nos ajuda compreender essa jornada evolutiva. O Evangelho é a cartilha que nos ensina a modificar nossos pensamentos e comportamentos, seguindo as lições do Mestre Jesus.
(Revista Internacional de Espiritismo, ano 95, nº 3, abril/2020 -adaptado por Cris Nogueira)
Enquanto encarnados, vivenciamos inúmeras experiências. Muitas vezes nos iludimos com apelos materialistas e nos esquecemos da imortalidade do espírito.
Atualmente o aumento do número de doenças, gera preocupação quanto ao futuro da humanidade, nos impulsionando a buscar recursos médicos e científicos, que possam aliviar os incômodos sintomas físicos.
Apesar de todo avanço da ciência, ainda não encontramos remédios para os males da alma.
Seguimos ignorando que os males do corpo físico, têm origem nas desarmonias espirituais.
Tabagismo, alcoolismo, orgulho, ganância, vaidade, inveja, vingança e mágoa, são alguns dos vícios e desvirtudes que vão se alastrando na nossa sociedade distraída, desestabilizando, desajustando e adoecendo nossos corpos, encurtando nossa oportunidade de reencarnação.
Por diversas vezes o Mestre Jesus nos ensinou sobre a importância do perdão, certamente por saber que a desvirtude da mágoa estava impregnada nos nossos espíritos, agravando progressivamente nossos males.
Sem definir corretamente nossas prioridades e preservando comportamentos egoístas, facilmente nos enredamos em atritos, desavenças e inimizades nos ambientes sociais e profissionais que frequentamos.
Alimentando o orgulho, desacostumamos pedir perdão e perdoar, criando ambiente propício para a mágoa, que permanece incrustrada, cristalizada, adoecendo nosso espírito e nosso corpo.
Na obra “1/3 da vida”, de Wanderley Oliveira, descreve-se o fenômeno, onde uma matéria cor de sangue saía do perispírito da pessoa. Era a matéria mental da mágoa, que tinha odor de carne estragada.
De acordo com essa obra, a mágoa fere o coração, deteriora os corpos sutis, cria células espirituais, que podem se materializar e gerar os tipos mais conhecidos de câncer.
O intuito é alertar, induzindo à reflexão, convidando ao autoconhecimento, princípio da reforma íntima.
Se a mágoa, está ferindo sua alma, busque praticar as sábias e amorosas lições do Mestre, entre elas: “Perdoar, perdoar sempre!”
A mágoa adoece, enquanto o perdão cura. Cure-se!
(Revista Internacional de Espiritismo, ano XCIV, nº 2, Março/2019, páginas 88 e 89 - adaptado por Cris Nogueira)
A fragilidade é uma característica do que se quebra facilmente porque é frágil.
O Mestre Jesus já dizia que deveríamos amar uns aos outros. E para amar o próximo é preciso também aprender a amar a si mesmo.
Amar o próximo significa aceitar as limitações do outro, lembrando que nós também as temos. Significa compreender que o outro pode ter comportamentos, posicionamentos, valores morais diferentes dos nossos e ainda assim tomarmos atitudes que permitam manter uma convivência pacífica e respeitosa.
Amar a si mesmo, o autoamor, é também reconhecer e aceitar as nossas próprias limitações, compreendendo que ainda estamos numa condição da aprendizes, buscando a melhoria a cada dia.
Essa condição de convivência entre pessoas tão distintas, como já sabemos, não é aleatória, muito menos acidental, mas sim uma oportunidade de aprendizados e resgates de "dívidas" adquiridas em encarnações anteriores. Acasos não existem.
Muitas pessoas procuram a Casa Espírita, sentindo-se vítimas da injustiça, alegando que suas dores são provocadas pelos outros. Desconhecem ou esquecem da Lei de Causa e Efeito, bem como dos planos e objetivos da reencarnação. Desta forma, rendem-se ao desespero, ao desalento, duvidando da misericórdia e da Justiça Divina. Ficam fragilizadas.
É nesse momento, buscando acolhimento e apoio numa Casa Espírita, que encontram o Atendimento Fraterno.
Quem procura o atendimento fraterno:
Terá a oportunidade de expor seus sentimentos, dúvidas, angústias, problemas, etc.
Será ouvido atentamente por uma pessoa qualificada, com respeito e empatia, sem julgamentos, a fim de preservar o direito ao seu livre arbítrio.
Receberá orientações sobre formas de conhecer, estudar e utilizar os ensinamentos da Doutrina Espírita.
Será convidado a conhecer os trabalhos desenvolvidos pela Casa Espírita.
Será alertado que não há prescrição de chás, medicamentos, terapias, médicos ou terapeutas.
Para acolher essas pessoas fragilizadas que procuram a Casa Espírita, é preciso que o colaborador receba um treinamento específico, que o capacite realizar o atendimento fraterno. Desta forma, ele conseguirá acolher com empatia a pessoa que busca auxílio, preservando sua integridade e equilíbrio interno.
O colaborador terá habilidades para ouvir atenta, interessada e respeitosamente:
Sem opinar ou dar palpites pessoais.
Evitar conflitos.
Manter sigilo, preservando o outro com suas particularidades, maturidade emocional e sua liberdade de escolha.
A Casa Espírita "não tem fórmulas prontas" para suprimir as dores de quem a procura, mas:
Será capaz de acolher sem julgamento, com respeito e consideração, sob a luz do Evangelho, que será oferecido à medida que puder ser recebido, sem imposições, no tempo e conforme a necessidade de cada um.
Oferecerá esclarecimentos conforme o interesse de quem procura ajuda. Em "doses", conforme a capacidade de absorvê-las, para manter sua integridade e equilíbrio, sem prejuízos.
Por amor e em respeito a quem busca acolhimento:
Suas queixas serão ouvidas sem comparações. Afinal, cada dor é única para quem sente.
Oferecemos fé, a força da bondade e da esperança, a quem por vezes está cansado, triste, desorientado ou doente.
Traremos alívio às dores, com doses de compreensão.
Cris Nogueira - Jundiaí, 8 de Setembro de 2023 - (fonte: Revista Letra Espírita - ano 5, nº 59)
Atentemos para a beleza suave e serena das frases pronunciadas por Jesus - "Olhai as aves do céu", "Buscai primeiramente o Reino de Deus". Ambas a nos indicar a admiração do belo e do simples. Aves voejando daqui para ali, em busca constante do alimento, gorjeando o tempo todo, como que agradecendo a Deus o alimento encontrado, e a procura do Seu Reino, pela simplicidade de seus atos. Apenas viver e agradecer, o tempo todo.
As duas alocuções acima, aparentemente se contradizem, pois a primeira nos informa que os pássaros (que não trabalham como os homens), são alimentados pela Providência Divina, e na segunda, a busca do Reino de Deus e sua Justiça, nos alerta para a serenidade necessária em relação ao dia de amanhã, ou seja, quanto ao futuro. Nos alerta que o dia de hoje já tem a sua aflição. E o dia de amanhã terá, também, sua própria aflição. E para cada dia, sua própria aflição se basta. Ou seja, faça com que cada dia seja o seu momento, o seu agora, a sua oportunidade de praticar do bem, o seu momento do aprendizado necessário a sua evolução.
A busca pela espiritualização está sempre indicada por Jesus. Pela nossa pequenez mental, ainda não fixamos que somos espíritos que possuem, emprestado pela Providência Divina, um corpo de carne, e não o contrário, ou seja, somos um corpo que possui uma alma.
Também ainda não fixamos que esse corpo, não passa de uma ferramenta para nosso aprendizado, nosso resgate de dívidas do passado, nosso meio de evolução, via sofrimentos algumas vezes, outras, mais raras, por raciocínio lógico. Enfim, o nosso corpo é um meio de conseguirmos mudar moral e intelectualmente, para enfim, passarmos por sofrimentos menos intensos, ou até pararmos de sofrer.
Kardec, em suas considerações, nos chama a atenção sobre a contradição aparente, dizendo que seguidas ao pé da letra, essas afirmações de Jesus seriam a negação de toda previdência, e de todo trabalho. E a primeira consequência dessa circunstância seria a paralização do progresso, da evolução intelectual e moral do Espírito encarnado na Terra, o qual jamais sairia do estágio primitivo da evolução. É evidente que este não poderia ser o objetivo de Jesus, até porque, culturalmente, cada judeu era obrigado a ter de berço, uma profissão, para que dela pudesse viver em casos de necessidades ou por perseguição a sua coletividade. Paulo de Tarso, o apóstolo dos gentios era tecelão, e vivia dessa profissão, não onerando nenhuma das igrejas por ele fundada. Além de se manter, estava sempre preocupado que seus enviados às instituições nascentes, não fosses delas dependentes economicamente falando. Ou seja, o serviço prestado pelo Paulo e seus discípulos foram todos “trabalhos voluntários”, como se pede nas casas Espíritas.
Ao nos recomendar a busca do Reino de Deus, sem a preocupação com o dia de amanhã, tendo portanto confiança na Providência Divina, estaremos lutando contra nosso egoísmo e a desmedida ambição, tida como “normal” do ser humano.
Se observarmos o comportamento humano tido como normal, notaremos que a grande maioria está atrás de satisfações interiores, entendendo que sua paz interior está situada na posse de fortunas, de bens materiais que inúmeras vezes não servem para nada, o que não acontece, pois a paz interior somente se consegue com a prática do bem, que começa com o entendimento de sermos Espíritos em evolução, e cuja ferramenta de trabalho para conseguir isso é o corpo de carne que todos portamos.
Não nos esqueçamos que Deus sabe de todas as nossas necessidades, e muita vez solicitamos o Seu socorro, pedindo o que julgamos "nossa necessidade". E via de regra, recebemos o de que mais necessitamos, seja de ordem material ou espiritual.
Somente conseguiremos entender isso, quando desenvolvermos nossa confiança na Providência Divina, pois aí poderá se cumprir o falado por Jesus: "Busquem o Reino de Deus e essas coisas se acrescentarão".
Em texto bastante conciso, Pascal em O Evangelho Segundo o Espiritismo (item 12 do capítulo XI), nos dá a perfeita noção de como estamos, ainda atrasados em nossa evolução moral e mesmo intelectual.
Começa por indicar que “se os homens se amassem reciprocamente, a caridade seria melhor praticada”. Essa afirmação tem um significado muito importante para nós Espíritas, pois a regra básica do viver encarnado é a orientação contida no capítulo 15, de O Evangelho segundo o Espiritismo, que já a partir do título "FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO", Kardec a evidencia com sua costumeira lógica.
A prática da caridade independe da crença religiosa. Depende apenas de ATITUDE, COMPORTAMENTO. É a mudança da forma de atender aos preceitos humanos, saindo do objetivo apenas material, ou seja, a busca incessante e continuada de conforto e riquezas (acumulação de bens materiais), sem pensar no próximo um instante sequer.
O amor recíproco a que se refere Pascal, é o amor entre as pessoas, respeitando-se as diferenças físicas, intelectuais, morais, sociais, de formação escolar. Apenas exercer amor, quiçá atendendo uma necessidade material de alguém que passa por uma dificuldade momentânea. Conversar, ouvindo mais do que falando, com alguém que tenha necessidade de desabafar, contar suas mágoas para aliviar o coração e a mente, para sentir-se confortado por encontrar alguém que o ouça; aliviar-se mentalmente para desobstruir a capacidade de reação, que pelo desespero pode achar-se tolhida, sem ver a saída, a qual muitas vezes, senão todas, está ali, ao lado da pessoa, mentalmente falando.
Pascal prossegue em sua dissertação observando que a pessoa mais evoluída que passou pela Terra, não deixava de atender ninguém, fosse lá quem fosse, desde a prostitua até o mendigo. A todos deu atenção e ajudou, alguns curando-os, outros consolando-os, mas todos atendidos em suas necessidades maiores.
Ainda, algumas linhas abaixo, nos lembra incisivo - “Se a caridade reinasse na Terra, o mal não dominaria, mas se apagaria envergonhado; ele se esconderia, porque em toda parte se sentiria deslocado. Então o mal desapareceria; compenetrai-vos disso.” E nos convida a sermos exemplos, sendo “caridosos para com todos, indistintamente”. Até, senão principalmente, para com aqueles que nos “olham com desdém”. Aconselha-nos nesse caso, deixarmos a Deus o cuidado com eles, pois diuturnamente Deus separa em seu reino o joio do trigo, fazendo pois, seus julgamentos também diuturnamente.
Na sequência identifica quais são os empecilhos à prática constante da caridade (egoísmo e orgulho), e ressalta “sem a caridade não temos a tranquilidade social, não há segurança. Com o egoísmo e o orgulho – consequente imediato do egoísmo – que andam de mãos dadas, essa vida será sempre uma corrida favorável aos mais espertos, uma luta de interesses, em que as mais santas afeições são calcadas aos pés, em que nem mesmo os sagrados laços da família são respeitados”.
Podemos observar ainda que coube ao Espiritismo como cristianismo redivivo, a divulgação, ensinamento e orientação sobre a espiritualidade e sua realidade. E a nós Espíritas, cabe o dever de completar a obra do cristianismo, não atingida nesses dois milênios, exatamente pelo nosso egoísmo.
É pois, nossa obrigação como Espíritas-cristãos, mudarmos radicalmente nosso comportamento, impondo-nos a prática da caridade para com todos, pois é apenas dessa forma que conseguiremos que o mundo seja melhor. Pela melhora de cada um de seus habitantes.
Achilles Romanato Pandini
Jundiaí, 12 de agosto de 2023.
1) O QUE É DEUS?
DEUS é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.
4) ONDE PODEMOS ENCONTRAR A PROVA DA EXISTÊNCIA DE DEUS?
Num axioma que aplicais as vossas ciências: não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem e vossa razão vos responderá.
Nota de Kardec: Para crer em Deus, é suficiente lançar os olhos às obras da criação. O Universo existe, ele tem portanto, uma causa. Duvidar da existência de DEUS seria negar que todo efeito tem uma causa, e avançar que o nada pode fazer alguma coisa.
Acima, as questões 01 e 04 de 'O Livro dos Espíritos', nos informa sobre a maneira de vermos e crermos na existência de DEUS: é observarmos a nossa volta, e constatarmos que aquilo que não foi feito pelo homem, só pode ser obra de DEUS. Em lógica elementar, o 'nada' não tem como fazer qualquer coisa, uma vez que ele não existe, e atribuir inteligência ao acaso é um absurdo também.
A afirmativa de Emmanuel nos recorda, em rápidos pensares, o transitório das coisas da vida material.
Posições sociais: fugazes, pois dependentes de quanto se é interessante aos outros.
Títulos honoríficos: antecedem o nome de quem o porta, dando-lhe uma certa pompa. Nada mais.
Títulos profissionais: apenas indicadores do orgulho da profissão, não necessariamente retratando a real competência.
Fortuna: grande responsabilidade, à qual quase nunca se consegue honrar. Extremamente interessante aos “amigos de ocasião”, os bajuladores. Esvai-se com muita facilidade, independente das dificuldades para granjeá-la.
Vida na carne: esvai-se, definha-se a pouco e pouco, com o passar do tempo, a velhice, as doenças.
Tudo aquilo a que se demonstra apreço na vida terrena, tudo que se julga importante, tudo sem exceção, passa. De uma forma inexorável. Tudo se esvai, fugindo de um pretenso controle, como água que escorre pelos vãos dos dedos.
Quanto mais estejam os espíritos vinculados à matéria, maior é o apego a valores de aparência. Títulos honoríficos, posição social elevada, títulos profissionais enfim, posição de destaque diante dos homens apenas retratam a posição de grandes iludidos pelas coisas da matéria, sem se aperceberem das coisas do Espírito. Nesta circunstância o fugaz parece eterno. Ledo engano.
Nesta posição espiritual, são tais quais os espíritos citados pelo Espírito da Verdade na questão 191 de “O Livro dos Espíritos”: Têm infância espiritual relativa. Isso porque apresentam algum progresso, denotando terem “paixões”, esclarecendo que as paixões são sinais de desenvolvimento, de alguma evolução, pois demonstram atividade e consciência do “eu”; consciência de si mesmo. Já se está no limiar do entendimento de serem espíritos em evolução. Em breve já terão condições de escolha do que fazer.
Da mesma forma, a afirmativa de Emmanuel nos proporciona ideias pelo outro vetor da vida, a respeito do transitório de nossa pequenez.
Ignorância: passa à medida do empenho em adquirir conhecimento, saber.
Intolerância: passa à medida que, pela experiência de viver, seja na convivência com pessoas difíceis, seja no amadurecimento pelo conhecimento, melhora-se o sentimento.
Egoísmo: Passa à medida que se é colocado pela vida diante do cadinho da dor, seja por problemas familiares, seja por conflitos íntimos. Isso proporciona o entendimento de si mesmo, e possibilita a compreensão do próximo tal qual ele é.
Orgulho: Passa à medida que se consegue dar aos semelhantes, também sofredores, amor e compaixão, em doações por atos de caridade pura
Paz interior: Crescerá na medida da prática da caridade, do hábito da prece, oração, conversa com Deus, diariamente. Seja para o agradecimento, louvor ou ainda o pedido de socorro. Por ela, o coração se aquietará e as lutas contra os próprios defeitos serão enfrentadas com galhardia.
Ao adentrar pelas “coisas” do espírito, consegue-se perceber quão fugazes são as coisas da matéria. E a perenidade das coisas do espírito, das coisas de Deus
Tanto para a situação de grande iludido pela vida material, como para a de conhecedor de ser um espírito, ainda mais uma vez, Kardec nos ilumina os caminhos.
Na questão 132, de “O Livro dos Espíritos”, quando trata do objetivo da encarnação dos Espíritos na face da Terra, o Espírito da Verdade nos informa que a encarnação é o meio para alcançar a perfeição, com todas as vicissitudes que ela apresenta. Afora isso, coloca o espírito em condições de executar suas tarefas na Obra da Criação, além é claro, de passar pela fieira da evolução, cumprindo sob esse ponto de vista, as ordens de Deus.
Na introdução de “O Livro dos Espíritos”, no item VI, onde é apresentado um resumo da doutrina dos Espíritos, Kardec nos esclarece: “O mundo espírita é o mundo normal, primitivo, eterno, preexistente e sobrevivente a tudo. O mundo corporal não é senão secundário; poderia cessar de existir, ou não ter jamais existido, sem alterar a existência do mundo espírita”.
Observe-se que o despertar para as coisas do Espírito, proporciona a caminhada para o entendimento, pequeno ainda, de Deus. Apenas confirmando a marca do criador em sua criatura. Tal entendimento à medida que se desenvolve, leva a deixar de lado o Deus 'chefe de tribo', presente no velho testamento, no qual o poder era discriminatório e arbitrário, punindo ou premiando de forma material e palpável, passando a tê-Lo como o Deus Pai, Aquele que perdoa, que É magnânimo que dá a segunda chance a quem erra. Enfim, aquele Deus que foi ensinado pelo maior e mais avançado Espírito que encarnou na Terra, Jesus Cristo.
Já com o conhecimento da Doutrina dos Espíritos, a condição de entendê-Lo, passa a ser real, principalmente quanto aos raciocínios sobre a Lei de Causa e Efeito.
Aí se consegue 'ver' que ... “tudo passa”. Inexoravelmente tudo é transitório na vida material. Somente as coisas de Deus são permanentes.
Pode-se então raciocinar com Emmanuel:
Por definição,
De acordo com a
Todo o Universo se movimenta e trabalha.
O trabalho é uma necessidade não só do corpo material, mas sobretudo do espírito. É através dele que aperfeiçoamos nossa moral e nossa inteligência.
Para evoluir, cada um deve trabalhar, usando suas próprias habilidades. Alguns possuem habilidades corporais, outros possuem habilidades intelectuais, mas ambos são trabalhadores.
A relação com o trabalho deve ser consciente. Sua utilidade, seu objetivo e seu tempo também. Entregar-se ao trabalho e esquecer da convivência e dos relacionamentos, há de ser
O trabalho cumpre sua função espiritual quando há equilíbrio, e é possível evoluir, estudar, ter lazer e descansar.
Muitas pessoas entendem trabalho como castigo ou tortura. Se pudessem parar de trabalhar, ficariam a vida toda passeando e festejando. Mas isso provavelmente se tornaria uma rotina ociosa, improdutiva e vazia. Aquele que tem bens suficientes para sua própria subsistência, poderia estar livre do trabalho material, mas não está desobrigado a trabalhar para se desenvolver, se aperfeiçoar espiritual e intelectualmente, a si e aos outros.
O trabalho deve dar dignidade, prazer e alegria a quem o realiza. E não apenas visto como algo cansativo, que se faz em troca de dinheiro. Se assim o for, talvez nos obriguemos a trabalhar além das forças e condições saudáveis, para apenas satisfazer mais e mais ‘necessidades' materiais.
A Natureza por si só, provê todas as necessidades.
Todo trabalho tem como propósito, servir ao todo de algum modo, e assim é possível perceber que nossa parte é contribuir conforme nossas capacidades e habilidades.
Quer um exemplo? Pense na sua próxima refeição. Os alimentos que estarão no prato, o prato, os talheres, a mesa, o fogão, etc. Pense em quantas pessoas se envolveram, trabalhando, para que você possa fazer essa refeição. Pense em quantas pessoas se envolveram para tornar esse processo todo, mais rápido e mais eficiente. As máquinas, as tecnologias, os temperos, o modo de fazer. Quanta evolução!
Pensar em evolução, é pensar em como o trabalho que fazemos, beneficia a muitos.
O trabalho já foi um instrumento de opressão e exploração de pessoas. Aos poucos, com a evolução da sociedade, já é possível entender a função do trabalho como mola propulsora da
Evoluir materialmente, não significa que estamos evoluindo moralmente na mesma proporção. É preciso ter disposição para trabalhar o egoísmo e o orgulho. Através dos frutos do trabalho, devemos buscar autoconhecimento, amadurecimento e renovação. Compreender que a recompensa material do nosso trabalho, deve atender as nossas necessidades de conforto e bem-estar, como também contribuir de algum modo, para melhorar a vida dos outros. É importante olhar para cada ser e lembrar que ele também tem necessidades e que nós podemos auxiliá-lo. Lembrar, que quando ajudamos alguém, outros próximos também são beneficiados indiretamente.
Cabe saber também, que
Jesus engajou vários trabalhadores para ajudar a levar Sua mensagem para muitas outras pessoas. Esses doze primeiros trabalhadores, eram muito diferentes entre si, considerando suas personalidades e atividades que exerciam. Comprometidos com a missão designada pelo Mestre, enfrentaram muitas dificuldades e perseguições. Até mesmo Kardec, passou por essas situações ao executar o importantíssimo trabalho de codificação da Doutrina Espírita. Todos eles foram ajudados por inúmeros trabalhadores anônimos que cuidaram da alimentação, das roupas, do abrigo, enfim colaborando para que o trabalho fosse realizado.
Hoje com tanto conhecimento, informação e exemplos,
Como seria se Kardec tivesse desistido, por estar cansado? Como seria se Chico Xavier tivesse desistido, por querer ficar em casa e se afastar de quem buscava sua mensagem e consolo?
Nosso trabalho em função de estudar e divulgar a Doutrina Espírita,
Cada minuto que dedicamos ao trabalho em torno do bem, e de servir ao próximo, nos tira da estagnação e nos aproxima da evolução.
É indispensável lembrar sempre, que somos parte de um todo, e que
Que possamos realizar nosso trabalho como ferramenta de evolução, e que beneficie a muitos,
Vive-se na Terra o momento angustiante da incerteza. Tudo quanto constitui segurança - poder político e econômico, saúde, cultura, equilíbrio social, juventude, beleza, amor, paz - de um para outro momento muda de configuração, e surgem os desafios que consomem as energias emocionais, mentais e físicas dos indivíduos, não raro levando-os ao desalento, à alucinação, aos transtornos do comportamento e da mente.
O ser humano conseguiu a máxima glória da ciência sem a correspondente da consciência.
As propostas hedonistas-utilitaristas ('utilidade do prazer') conduziram-no à busca desesperada do poder e do prazer, como se isso constituísse a razão única da existência física no planeta. Como consequência, cansado do gozo ou frustrado na sua experiência, aturde-se e se atira ao desencanto que precede os graves transtornos de conduta que o envilecem ('tornam desprezível'), conspirando contra a sua caminhada evolutiva.
As admiráveis conquistas das ciências psíquicas - a psiquiatria, a psicologia e a psicanálise - que têm oferecido nobres terapêuticas preventivas e curadoras para os desvios de comportamento e para outras alienações mentais, não lograram tornar mais feliz nem mais seguro neste momento o viajante do terceiro milênio.
A herança ancestral amargura-o e as ambições cultivadas que se desvanecem infelicitam-no.
Em razão dos fatores endógenos ('interiores'), que procedem de outras existências, como dos exógenos ('exteriores'), que também se encontram ínsitos ('implantados') nos desvarios das reencarnações transatas, respondem pelos transtornos mentais que se avolumam na massa humana e se apresentam terríveis em todos os segmentos da sociedade, ceifando alegrias, desorganizando sistemas e grupos bem constituídos, assim como vencendo indivíduos solitários, que se alienam e ameaçam a economia moral do planeta com seus desequilíbrios e alucinações.
Essas ocorrências infelizes que afetam as áreas da saúde bem como as mais diferentes nas quais se movimenta a criatura decorrem da sua indiferença aos soberanos códigos da vida, que se sustentam na lei de amor, essencial à harmonia sob todos os aspectos que se imaginem.
Havendo perdido o contato com o si profundo, por decorrência da sua rebeldia em relação ao Criador, pensa que somente na organização física reside a vida, naufragando nas experiências a que se entrega, por falta de sustentação das bases morais e emocionais que se apresentam de estrutura frágil, porque fincadas na indiferença aos valores espirituais.
É inevitável, portanto, a queda ais, nos sofrimentos graves dos transtornos mentais e emocionais, nos acidentes rudes de toda espécie.
Felizmente, nesse abismo, brilham hoje novas perspectvas de salvação propostas pela moderna psicologia transpessoal, que encontrou o Espírito como responsável por todas as ocorrências de sua trajetória, ele mesmo o autoterapeuta para a recuperação dos valores perdidos sob a segura orientação de especialistas credenciados nessa área para o ajudar.
Simultaneamente descobre a doutrina espírita que, desde 1857, esclarece o ser sobre suas responsabilidades e possibilidades iluminativas, desbravando o país da alma com os equipamentos seguros da lógica e da razão, estruturados nas comprovações mediúnicas em torno da imortalidade do Espírito, da justiça divina, das reencarnações que lhe facultam o abençoado roteiro de evolução.
Nossa consóror Suely Caldas Schubert, dedicada estudiosa dos transtornos mentais, espírita abnegada e médium de peregrinas faculdades, tem vivenciado algumas das experiências desses processos psicopatológicos no seu dia a dia existencial. Ao orientar inúmeros pacientes que a têm buscado, ao instruí-los no direcionamento das terapias competentes, ao ministrar-lhes os recursos valiosos da fluidoterapia espírita, assim como durante as atividades libertadoras da desobsessão, pôde reunir este valioso material que ora a credencia a escrever com segurança e conhecimento profundo sobre o grave problema que afeta a sociedade atual, apresentando os mecanismos saneadores do grande mal.
A presente obra revela-se como um tratado sério sobre os transtornos mentais e ao mesmo tempo é uma contribuição valiosa dos processos terapêuticos oferecidos pelo espiritismo para a equação dos tormentos que afligem o ser humano, auxiliando-o na grande escalada evolutiva.
Esperamos que o caro leitor encontre as respostas que busca em torno das questões aqui estudadas, norteando sua existência para a conquista da saúde e da paz.
Página psicografada pelo médium Divaldo Franco, na reunião mediúnica do Centro Espírita Caminho da Redenção, na noite de 2 de julho de 2001, em Salvador, Bahia.
Perguntemos para uma criança, e ela vai responder que não vê a hora de dormir no dia 24, para acordar no dia seguinte, e receber os presentes tão esperados do Papai Noel.
A mesma pergunta faremos a um velhinho, avô ou avó, que responderá que não vê a hora dos filhos e dos netos chegarem para a ceia, preparada com muito carinho, onde vai haver aquela bagunça, música alta e muitos abraços.
Se perguntarmos a um doente internado, esse responderá que é um dia muito triste, pois as recordações das noites felizes de Natal, ficaram para trás.
E se perguntarmos a um empresário, ele dirá que está bastante preocupado, pois os gastos nesse período são muito altos, e que tem receio de não poder honrar com seus compromissos.
Ou seja, o Natal não tem um único significado e representação para todos.
Seja presente ou presença, comércio ou religião, é uma data muito especial.
Em todo o mundo Cristão, mesmo sem comprovação da veracidade de que 25 de dezembro é a data do nascimento de Jesus, temos uma energia renovadora que circunda nosso planeta, onde os Espíritos Benévolos, encontram campo propício para intuir-nos ao bem, ao perdão, à fraternidade e caridade. Fato esse que ocorre nos dois lados da vida, pois nossos irmãos desencarnados recebem, da mesma forma, toda essa descarga energética.
Fica algo muito especial no ar, uma euforia, uma esperança, uma sensação de proteção e atenção, dispensadas pelo nosso irmão maior … Jesus, deixando uma certeza de que não estamos esquecidos, acalentando o coração dos aflitos e angustiados.
Bendito seja o Natal, por sua significação edificante para cada espírito.
É época de união, perdão, reconciliação e renovação.
Que mais esse Natal seja repleto de grandes emoções e amizades, por todos os cantos da Terra.
Assim seja.
Fernando José Colin - @fernando.colin.65
O PROBLEMA
O que é uma família ?
Normalmente o resultado da união de duas pessoas, um homem e uma mulher, cujas origens, objetivos de vida, e conceitos morais, são diferentes. Com praticamente nada igual. Nada mesmo?
BEM... A não ser uma atração física que chamam de amor, não passando entretanto de atração sexual, visto os belos corpos juvenis que portam.
Em uma união sob tais termos, vejamos um diálogo muito comum, que nos foi narrado por um dos personagens:
(João) - Você apanhou minha roupa na lavanderia?
(Sandra) - (Num tom de arremedo) “Você apanhou minha roupa na lavanderia?” Pegar a porcaria da sua roupa na lavanderia. Que é que eu sou, sua empregada?
(João) - Seria difícil. Se você fosse empregada, pelo menos saberia lavar.
A acidez do diálogo, extraído da vida real, que se manteve ainda por três anos, resultou em divórcio do casal. Afora tais egocentrismos, existem fatores externos de influência muito fortes no relacionamento do casal, gerando possibilidades de conflitos.
Os pais, defendem, via de regra, seus filhos, mesmo em detrimento da harmonia do casal, o mesmo fazendo irmãos e irmãs. Embora, a ligação do casal possa ter começado em escolas, clubes, local de trabalho, o que pressuporia uma certa independência, níveis socioculturais muito próximos, as influências domésticas pesam muito.
Se forem de “raças” diferentes e de culturas ancestrais diferentes, a tendência de existirem conflitos será ainda maior.
Se ambos trabalharem, tendo a esposa remuneração maior que a do marido, e este não aceitar o fato como algo normal (o que é muito comum), o conflito estará estabelecido, pelo homem sentir-se humilhado, enquanto a mulher sentir-se-á “mais importante”, graças à cultura de que o homem é o provedor, e é quem manda na casa.
Se tiverem filhos, sendo o marido normal, a educação e os cuidados sobre as crianças serão exclusivamente uma obrigação da mulher.
Dificuldades econômicas, remuneração percebida pelo casal acabar antes do mês. Haverá naturalmente acusações recíprocas “gastão, perdulário”, e outros que tais. É a que mais colabora para a desarmonia do casal, pois vivemos a cultura do saldo bancário, do interesse pelas possibilidades financeiras, não importando a satisfação que a ocupação profissional acarretar. Só existirá satisfação se o recurso amoedado for farto.
Problemas com alcoolismo, drogas, homossexualismo, desinteresse por um desenvolvimento cultural que dê grandes possibilidades de ganho; no envolvimento de algum filho com um desses problemas, a culpa será sempre da mulher, pois a família assentada sobre conceitos puramente materiais a considera responsável pela educação. A desarmonia, gerada pela incontinência de ambos, não será reconhecida pela sociedade.
Estes aspectos estão presentes em praticamente todos os casais. Conclui-se desconfortavelmente, que a família não tem nada para dar certo. Nem pelas suas origens, nem pelas suas condições de formação.
A SOLUÇÃO
Entretanto, as famílias continuam a constituir-se. Pessoas consideradas normais, buscam um companheiro, uma companheira, para dividirem a existência, lançarem uma base para a convivência, terem companhia na velhice, sentirem-se amadas, terem alguém a quem dedicar o afeto que possuem dentro de si. Podemos dizer, sem medo de errar, que as pessoas são, em geral, carentes, e necessitam de algum tipo de carinho para manterem um certo equilíbrio nas suas emoções, no seu relacionamento com a sociedade. Tal é a necessidade ontológica de cada ser humano.
Essa a razão visível por continuarem a insistir na formação de famílias.
Devemos, como Espíritas, além de entendermos os problemas sob o aspecto material, acrescermos ao nosso raciocínio, algo que é até óbvio: a existência do Espírito. Se desconsiderarmos o Espírito, tudo perde seu sentido. Ao identificarmos os problemas sob o aspecto material, como fizemos na primeira parte, e acrescermos o fato de sermos Espíritos, e como tal, termos um caminho de evolução a seguir, a família puramente material, acabará por desaparecer da face do planeta.
Sob a ótica Espírita, a família assenta-se sobre as necessidades dos Espíritos que a compõe. E isso transcende a extensão de uma vida apenas. Nos dá a visão da eternidade. Faz dela a solução de nossos problemas, da necessidade de melhora de nosso “gênio”, nosso saber, nosso respeito aos que nos são divergentes. Senão vejamos:
A aproximação de dois Espíritos encarnados, via de regra obedece a um certo instinto, acontecendo de forma não controlada (já se foi o tempo dos “casamentos arranjados”), e ao se aproximarem, não apenas estarão respeitando o instinto, mas também uma certa afinidade, que bem compreendida, será muito proveitosa.
Se acrescerem ao seu relacionamento uma certa religiosidade, criarão condições de em conjunto atenderem às suas necessidades gregárias. Essa religiosidade, que as religiões tradicionais tentam impingir como necessidade de submissão aos seus ritos e determinações, por se dizerem representantes exclusivas de DEUS na face da terra, deve ser entendida como o respeito ao companheiro, a divisão dos problemas e a soma das alegrias e vitórias conseguidas individualmente, pelo partilhamento de suas causas e de suas consequências.
Se entenderem, serem ambos Espíritos em evolução, e portanto acrescerem ao seu relacionamento a pratica dos bons fundamentos da moral, o equilíbrio entre ambos será mantido, quase que perenemente.
Acrescentar ainda, os conceitos do espiritismo à convivência diária fará com que a família seja inquebrantável.
Todos temos em nossas famílias problemas os mais variados.
Na sua estruturação deveremos levar em conta alguns detalhes dados pelo espiritismo, e que servem de esteio à sua sustentação:
O Espírito não tem sexo.
A condição de “ser” homem ou mulher, atende à necessidade do Espírito. Aliás “estar” homem ou mulher.
Os fundamentos morais que cada um segue automaticamente é resultado de todo um processo educativo vivenciado pelo Espírito através dos tempos. Os seus ganhos intelectuais e morais são inalienáveis, e irremovíveis. Ele, o Espírito, carrega consigo toda uma bagagem cultural, de existência para existência. Recordemos Kardec: “Estamos aprendendo durante todo o tempo”.
O grupamento que formamos traz em si a soma das experiências de seus componentes.
A formação desse grupo, obedece a desígnios os quais inúmeras vezes não conseguimos entender no mundo material, por, graças à providência divina, não lembrarmos de existências anteriores.
A presença de Espíritos difíceis, certamente será por termos condições de colaborar na sua educação. Não podemos nos esquecer - por mais difícil seja conviver com eles - não estivessem eles em nosso meio, sua situação seria muito pior. E a nossa também.
A responsabilidade da família é do casal. Ao espírito encarnado como ser masculino compete transmitir aos seus, a segurança que o gregarismo contido em todos requer, e àquele como ser feminino, a transmissão dos pontos de afeto, carinho, equilíbrio emocional. Cada Espírito tem a sua “missão”, e dela não deve abdicar. Via de regra, o equilíbrio da família reside sobre os pilares da emoção. E quem mais acentuadamente dá esse equilíbrio é a mulher. Embora, tradicionalmente o trabalho da mulher dentro de uma família seja considerado como subalterno, na realidade ele é mais importante do que o do homem, pois sob suas emoções residem as emoções da casa.
O exemplo que os mais velhos dão aos mais novos, efetivamente possibilita sua reeducação. Pais desequilibrados, geram com certeza filhos desequilibrados. O inverso, embora exista, é raro.
Kardec, no capítulo “Missão e Ocupação dos Espíritos”, em “O Livro dos Espíritos”, diz com todas as letras que a “paternidade” é uma das missões mais importantes que os espíritos encarnados têm a cumprir na Terra.
A família em nosso planeta é o maior problema existente. Nela estão os problemas de todos nós. Nela residem as soluções para todos os problemas do Espírito na face da Terra.
Conta-nos o Evangelho de Mateus, capítulo XVII 14:19, que estando Jesus entre o povo, alguém se achega e lhe pede, ajoelhado, cura para seu filho que se apresenta lunático, ora caindo no fogo, ora caindo na água, tendo sido apresentado aos discípulos, nada havia acontecido, ou seja, a cura não ocorrera.
A observação de Jesus, ao ocorrido, é contundente – "Oh! Geração incrédula e perversa, até quando hei de estar convosco? até quando vos hei de sofrer?" E, lhe trazendo o filho do homem, abençoou-o, no que ele ficou curado.
Os discípulos questionam por que não conseguiram curar o moço, retirando dele o espírito mau que o acompanhava. A resposta é simples – "Por causa da vossa pouca fé." E prossegue – "Se tiverdes fé como um grão de mostarda , direis a este monte:- Passa daqui para acolá, e ele há de passar e nada vos será impossível."
A colocação de Jesus, embora direta e objetiva, traduz um sentimento de pena, de comiseração mesmo, para com seus discípulos. Começa com a citação da incredulidade – geração incrédula - passa pela indisciplina dos sentimentos – perversa – e lamenta que ainda não tenham amadurecido a confiança na Providência Divina – até quando hei de estar convosco, e sobre o seu sentimento ao ver que nem sempre os discípulos o compreendiam, - até quando vos hei de sofrer – e o lamento final pelo não amadurecimento – pela vossa pouca fé –mas ainda assim, demonstra como realizar a cura - impondo as mãos, abençoou-o.
Podemos ainda considerar que os discípulos não haviam entendido que o seu trabalho, baseado na fé absoluta em Deus, se realizaria em um patamar moral superior ao obsessor que provocava o comportamento aloucado do moço.. Nós podemos entender tal situação ao lermos as questões 274 e 275 de O Livro dos Espíritos, nas quais Kardec pergunta “as diferentes ordens estabelecem uma hierarquia de poderes” e se “há entre eles subordinação e autoridade”. A resposta do Espírito da Verdade é de que tal ascendência e autoridade existe naturalmente. Dizem também que tal autoridade é irresistível, ou seja não tem como desobedecer.
Essa falta de fé, nos leva a pensarmos em nós mesmos, e em nossos comportamento que inúmeras vezes se equivale à crônica do Irmão X, no Livro Contos Desta e Doutra Vida, que se intitula “A RESPOSTA DO BENFEITOR”, na qual o orientador de um trabalho, numa casa espírita, pede insistentemente aos membros do trabalho ali reunidos, para realizarem um “Culto do Evangelho” na casa de um companheiro do trabalho que passa por momentos difíceis.
A fuga ao pedido de auxílio passa por diversas desculpas, desde o se dizer “um lobo”, até a desculpa de se julgar um animal, o qual sem o centro, estaria na sarjeta.
Nenhum deles se aprestou a auxiliar a família do companheiro em dificuldades. Todos se desculpavam, se dizendo sem capacidade para um simples Culto do Evangelho na casa de alguém. Ninguém apresenta uma nesga de fé na Providência Divina, que se realizado o trabalho, lá estaria auxiliando os de boa vontade.
Lembra-nos também a colocação de Emmanuel em relação a Estevão – o mártir do cristianismo, quando apedrejado, já no fim da vida material, a irmã lhe apresenta Saulo – que o mandara apedrejar – como seu noivo, e ele enaltece as virtudes de Saulo como defensor da verdade – a que ele, Saulo, entendia ser, - e os abençoa.
São duas situações opostas, mas ambas vivenciadas no nosso orbe, portando possíveis de serem executadas por nós, seus habitantes.
As observações de Kardec no capítulo XIX, item 2 do Evangelho segundo o Espiritismo, são no sentido de que em se tendo fé – no aspecto material chamada “confiança em si mesmo”, “certeza de conseguir o desejado”, nos chamando a atenção para a “fé robusta” que confere ao seu portador, a energia e os recursos necessários para a vitória sobre os obstáculos a serem enfrentados, sem a existência do desculpismo usual.
E no sentido espiritual, ou moral, é aquela que tem a certeza do socorro da Providência Divina, presente em todos os momentos necessários, e, detalhe, é sempre calma. Repito, sempre calma. Essa fé é aquela que se apresenta como resultado de um conhecimento, apoiada na inteligência, mostrando-se sempre muito segura de si.
A fé que se mostra insegura, ela é “furiosa” ao encontrar obstáculos, e tal situação naturalmente leva a falhas de raciocínio, e erros de decisão, a ansiedade pela sua falta. Ou seja, o duvidar do auxílio da Providência Divina, acaba por impedir que a pessoa realize algo, por duvidar de si mesma.
Para finalizarmos, vejamos a observação final do Espírito que pedia o socorro de um Culto do Evangelho:-
"Cada um dá o que tem. Sei que experimentam grandes obstáculos. Mas se vocês estão aguardando asas de anjos para poderem auxiliar na Terra, eu sou alma humana com necessidade de serviço, a fim de curar as minhas próprias imperfeições. Até que vocês cheguem ao Céu, vai levar muito tempo, e eu, sinceramente, não posso esperar ."
Em 05 de outubro de 2.005, foi noticiado pela mídia, em nível mundial, um fato ao menos inusitado, por se tratar do retorno à vida, de uma pessoa que tecnicamente estava morta.
A notícia dizia apenas que:
“Italiano desperta de coma e diz ter ouvido tudo.”
Um italiano que passou quase dois anos em coma profundo e era tido como um caso perdido pelos médicos despertou dizendo ter ouvido e entendido tudo o que se passava ao seu redor durante esse longo drama, segundo seus familiares.
“Os médicos diziam que eu não estava consciente, mas eu entendia tudo e gritava desesperado”; conta ele.
O próprio paciente, Salvatore Crisafulli, classifica o seu retorno à vida como um “milagre” o que prova não existirem causas perdidas. Esta notícia surge num momento em que uma comissão nacional de bioética discute na Itália uma lei sobre a eutanásia e defendeu em relatório preliminar a obrigatoriedade dos cuidados a pacientes inconscientes, mesmo aqueles contrários a medidas médicas extraordinárias para mantê-los vivos.
Essa comissão servirá de balizamento aos parlamentares. “Alimentar um paciente inconsciente por meio de um tubo não é um ato médico”, disse o presidente da comissão, Francesco D’Agostino.
“É como dar uma mamadeira a um recém-nascido que não pode ser amparado por sua mãe.”
O fato apenas confirma Kardec. A confirmação de que existe algo mais além do corpo, e que esse ‘algo mais’ é independente e sobrevivente ao corpo. Apenas identifica a nossa existência por traz do corpo (nós espíritos), fazendo-o manifestar-se inteligentemente.
Para nós a luta pela vida vale até o último suspiro por termos consciência de que a reencarnação é uma bênção, e uma oportunidade ímpar para a nossa evolução. O fato, independentemente de ser considerado ou não um milagre pelos envolvidos, o retorno do espírito ao corpo após o coma profundo, demonstra cabalmente que a vida humana deve ser preservada a qualquer preço.
Isso nos leva a considerar que a Doutrina dos Espíritos é a mais consoladora, pois, apenas por raciocínio, não temos dúvida, por menor que seja, sobre nossa ligação (do espírito) com o corpo, enquanto este tem vida, mesmo que tecnicamente vegetativa.
Sabemos que nos afastamos do corpo, após a morte deste, e nunca ao contrário. Kardec nos ensina que no caso do corpo estar impedindo a manifestação do espírito, este se mantém consciente, tomando conhecimento do que acontece ao seu redor por si mesmo, e se existe o “acordar”, o “retorno”, é porque o espírito não havia se desligado. Consultemos Kardec, em “O Livro dos Espíritos”:-
Para complementar, o dicionário médico aponta a respeito do COMA:
(Dicionário Médico da Enciclopédia Médica da Família – Edita. Melhoramentos).
É … Quando se vê notícia como esta, quase todos se espantam. Mas … aí está Kardec, que já em 1857, (sim!!! 1857, século 19), nos dizia que o espírito enquanto encarnado, ligado ao corpo, de tudo se apercebe e a notícia apenas confirma que mais uma vez, KARDEC tem razão.
Os fatos por si só nos dizem o quanto a doutrina dos espíritos é consoladora. Devemos ainda aprender que a vida apenas DEUS nos dá e apenas DEUS nos tira.
Bem … o resto é conversa mole.
Se queres bem empregar a tua vida, pensa na morte.
A MORTE tem sido definida como o fim da vida, a extinção das funções vitais e o início da decomposição do corpo. Corresponde à derradeira etapa na existência de todo ser vivo, animal ou vegetal, pois todos nascem, atingem uma fase adulta, caracterizada pela capacidade de se reproduzir, envelhecem e morrem. Além disso, em todo corpo vivo, a morte é uma presença constante, pois células morrem e outras nascem em substituição às mortas. E isso tudo, sem que o percebamos.
No transcurso de sua existência, o homem é obrigado a pensar, inúmeras vezes, na morte, e sua ocorrência fatal. Bem que tenta fugir do assunto e de seu raciocínio terrível:- um amigo se foi. Deixou a convivência de seus amigos. Resta, após o fato, o vazio ocasionado pela ausência daquele que “partiu”, e, passado algum tempo, nada mais que vagas lembranças. O esquecimento advém, e eventualmente, em alguma data específica, o morto será lembrado. Essa circunstância se aplica normalmente, tanto aos conhecidos, amigos, familiares, quanto aos inimigos, e àqueles que pouco conhecemos.
Pouco, ou quase nada, se pensa a respeito da morte principalmente no seio da família. Talvez por ser a ocorrência mais dolorosa, talvez por acharmos que este fenômeno somente ocorre com os outros, talvez por seu instinto de conservação falar mais alto que a razão. O fato é que todos morrem. Todos, sem exceção.
Essa realidade, a de todos morrerem, se meditada, acorda a todos, para a vida.
A frase usada no frontispício deste texto, nos incita à meditação. Meditarmos na grande mestra de nossas vidas.
Pensemos…
A morte tem uma grande unanimidade:
Não é aceita por ninguém;
Não é prevista, por ninguém, no seio da família;
É motivo de preocupação para todos, mas em relação aos “outros”;
Ela só acontece na casa do vizinho, para todos;
Ela é apenas uma porta, para o espiritualista;
Ela representa o fim de tudo, para o materialista;
Tais os sentimentos inerentes ao espírito humano diante da morte.
Porém, de alguma forma, todos sentem que morrer é impossível, e a ideia da morte como o fim de tudo, causa espanto, repulsa, sendo frontalmente oposta ao instinto de conservação, que se bem analisado, nos diz que apenas o corpo morre.
Ora, diante de uma análise bem feita, verificando que a morte do corpo físico não é o fim, e sim apenas a porta de passagem ao outro mundo, o mundo além da matéria, entenderemos porque ela não é considerada pela maioria das pessoas.
Cientes, embora de uma forma não racional, que o que morre é apenas o corpo físico, consegue-se entender as razões de o homem, apenas de alguma forma, ter se preocupado com o assunto desde longa data.
Temos uma citação bastante instigante:-
“Quando o homem morre, perde toda a sua força e expira; depois, onde está ele? Se o homem morre, tornará a viver? Esperarei todos os dias de meu combate, até que chegue a minha transformação?”
Em JOB, (capítulo XIV, versículos 10 a 14) na tradução de Osterwald, para os protestantes.
Por volta dos anos de 1956/58, veio residir em nossa Jundiaí, o casal ROQUE e MARIA DIRCE JACINTHO e sua filha SILVIA. Casal atuante no movimento espírita de nossa cidade, logo se vira formando um notável número de interessados em conhecer a doutrina espírita.
Na ocasião o Sr. Roque conseguiu uma sala, às terças feiras, à noite, no antigo prédio do Lar Anália Franco. Tão logo cresceu o núcleo de estudos, foi proposta à diretoria do Lar Anália Franco, que a família espirita local retornasse a gerir a inscrição, que até outra época estava sob a responsabilidade das lojas maçônicas de Jundiaí. Não houve entendimento e foi quando o Sr. Roque conseguiu juntar as lideranças espíritas locais. Deu-se a proposta de criar uma instituição que centralizasse as atividades assistenciais e doutrinárias.
Criaram-se então várias comissões de trabalho para angariar fundos financeiros e simpatia para a empreitada. Após um tempo, conseguiram-se fundos suficientes para dar entrada em uma propriedade ofertada na Vila Jundiainópolis, propriedade essa que alcançava um alqueire de terra nua.
Iniciou-se então, nos dias de semana a capinação de uma pequena parte do imóvel, onde se poderia em data aprazada instalar barracas e um palanque para ali se procedesse a primeira palestra doutrinária.
Quando tudo foi conquistado, em 03 de outubro de 1962, a convite ali compareceram as autoridades municipais, prefeito e vereadores, bem como presidente da USE e FEESP nas festividades. Apresentaram-se o coral da Federação do Estado de São Paulo, a Banda Paulista e o orador do dia.
Lançou-se então a pedra fundamental do Lar Espirita Vinha de Luz, em urna constando o Livro dos Espíritos, o Evangelho Segundo o Espiritismo e o Livro psicografado por Chico Xavier, Vinha de Luz, bem como jornais do dia, do município e do estado.
Passada a euforia das festividades, procurou a diretoria constituída, registrar o imóvel. Que desilusão. Quem vendera o imóvel não era seu proprietário. Tendo conhecimento do legítimo proprietário, um senhor que residia em Valinhos, para essa cidade se deslocaram uma comissão de espiritas, procurando sensibilizar o proprietário a vender o imóvel. Sem a quantia, esperava-se que fosse dado um prazo para novamente coletar a importância de sinal de compra. Em vão. O proprietário quando soube ser a instituição espirita, se recusou a vendê-la. Perdeu-se então o imóvel e o dinheiro oferecido, mas não esmoreceu o movimento.
Procurou-se então retirar a pedra fundamental do imóvel, e a caixa foi guardada na residência do Sr. Jeferson Siqueira, o 1º presidente do Lar.
Prosseguiram as comissões de angariar fundos, e estabeleceu-se um “carnê” de pagamentos mensais, que muito auxiliou na 2ª formação de fundos.
Ai, surgiu um imóvel na ‘Vila Caodáglio’, bairro da Ponte São João, com cerca de quase 5.000 metros. Pagou-se a 1ª prestação e procurou-se registrar o imóvel, que para alívio de todos era legítimo.
Novamente nos finais de semana, o agrupamento ligado ao Lar, procedia a limpeza, capina do imóvel, enquanto outro grupo com o caminhão do irmão Nelson Campanholo, percorria-se as olarias à procura de doações de tijolos que então eram transportados para a propriedade do Lar; propriedade essa que era um alagadiço só … e que só foi suplantado com o extraordinário auxílio das indústrias Pozzani que passaram a depositar os entulhos cerâmicos no terreno do Lar.
Com muito esforço conseguiu-se a construção do primeiro prédio do Lar, o mesmo que ainda hoje está em pé, e abriga atualmente a biblioteca e a venda dos pães.
Posteriormente, também com muito esforço aos finais de semana, feriados e mesmo em dias úteis da semana, quando possível, reuniam-se grupos de irmãos, que com entusiasmo e abnegação, construíram ao longo dos anos o agrupamento de pavilhões, de que hoje, também com grande esforço, utilizamos para as atividades de doutrina e assistência.
Ainda quando não havia sido desfeita a compra do imóvel na Vila Jardinópolis, ali mesmo, um local muito pouco habitado, com casebres bem antigos e alguns mesmo como que perdidos no matagal, os componentes do Lar, realizavam aos sábados à noite, a chamada ‘peregrinação’, aos moldes do que era realizado em Uberaba-MG pelos caravaneiros convidados pelo Chico Xavier.
Também aqui em Jundiaí, os componentes do Lar, empunhavam faroletes a querosene, para iluminar os caminhos, pois até então, não havia energia elétrica naquela região, assim visitavam as poucas casas ali existentes, levando roupas, calçados, alimentos e principalmente o conforto da visita, a leitura do Evangelho e o passe quando solicitado.
As reuniões doutrinárias, enquanto o Lar não possuía acomodações próprias, eram realizadas no Centro Espirita J.J. Rodrigues, situado no início da Rua XV de novembro, fundos da residência do irmão Jeferson Siqueira. Tão logo foi construído o primeiro prédio na propriedade do Lar, à Rua Frei Itaparica nº33, para lá se transportou toda a atividade doutrinária e assistencial.
Por essas casualidades, que só a visão espírita nos leva a entender, a instituição deixou uma grande propriedade, do outro lado da cidade e instalou-se a bem dizer “no sopé do morro” onde com o passar do tempo surgiu uma grande comunidade de irmãos necessitados: a ‘favela do São Camilo’.
No início o Lar, no intuito de atender às necessidades dessa população, criou a Sopa Fraterna, que era distribuída a céu aberto em meio a favela.
Com a construção do refeitório e da cozinha no Lar, passou-se a servir a Sopa Fraterna às segundas, quartas, e sábados. Durante cerca de 30 anos, ou mais até, prestou-se este nobre serviço naquela
comunidade. A par da sopa, atendia-se a leitura do evangelho e seu comentário, e também o atendimento espiritual do passe.
Desde o início das atividades, fora criada a sala de costura, onde as mulheres confeccionavam os enxovais para os recém-nascidos. Havia também aulas para que as gestantes aprendessem o mínimo de higiene no trato das crianças. Distribuía-se até a criança completar 1 ano e meio de idade, o leite em pó.
Aos domingos era realizada a evangelização infantil, quando então era distribuído o “TODDY” e o pão às crianças ali presentes (e eram em grande número).
Também aos domingos, após a evangelização infantil, grupos de caravaneiros procediam à visita aos familiares na favela, onde também eram levados pequenos pacotes de alimentos.
Procedia-se a leitura do evangelho e se solicitado aplicava-se o passe espiritual.
Com o transcorrer do tempo, o Lar como instituição, então tornou-se uma oferta aos irmãos em estado de vulnerabilidade. Passou-se a oferecer pequenos cursos profissionalizantes, aulas de reforço escolar para crianças, berçário para que as mães pudessem frequentar cursos de artesanato e similares. Durante um bom tempo houve atendimento médico e dentário aos necessitados.
Ainda hoje … as atividades doutrinárias, por orientação espiritual através de mensagens psicografadas por Chico Xavier onde então Dr. Bezerra de Meneses, nos orienta para que tenhamos sempre por roteiro as obras básicas da codificação. E é assim que até hoje nos empenhamos em fortalecer a fé através do estudo metódico e continuado no Pentateuco Kardecquiano.
Assim é que ainda hoje …
A Assistência Social como atividade humana, no aspecto material, tem como enfoque a PROMOÇÃO DO SER HUMANO, para mantê-lo no seio da sociedade em que está inserido. Estando nela integrado o indivíduo trabalha, constitui sua família, exerce suas obrigações, e consequentemente usufrui seus direitos. Em última análise – o objetivo maior da assistência social é ajudar na transformação do assistido de “ser dependente das instituições”, em cidadão cônscio de seus deveres e direitos.
Embora o objetivo bastante amplo e generalista, esse enfoque é utilizado por todos os serviços sociais, baseados nos fatos e ocorrências diárias, acontecidos com uma parcela da população de baixa escolaridade, de quase nenhuma noção de suas obrigações sociais, praticamente indisciplinados em relação a trabalho e a estudos, e vivenciando inúmeros conflitos familiares, os quais quase os inabilitam a atividades básicas, como sejam trabalhar para o sustento da família e a si próprio, busca de melhorias pessoais, para posicionar-se em um substrato social mais elevado, e a melhora consequente ao grupo familiar.
O objetivo maior, qual seja, o intuito de harmonizar o ser humano em seus conflitos particulares, sejam familiares ou no local de seu trabalho, é bastante difícil de ser atingido, pois a reeducação de qualquer pessoa é algo que passa obrigatoriamente pela vontade do assistido, e isso nem sempre existe.
Quando, sobre o assunto, passamos a raciocinar em termos Espíritas, percebemos algo a mais na aplicação dos conceitos da Assistência Social. Na sua forma tradicional ela vê apenas o homem de carne e osso. No conceito Espírita, temos em primeiro lugar a existência do Espírito, ou o ser inteligente que habita um corpo de carne temporariamente para realizar determinadas tarefas. Temos, na sequência, o detalhe da reencarnação, a qual nos traz toda uma necessidade reeducacional, tanto de caráter intelectual quanto de caráter moral. E, esta última sempre tem se mostrado a mais complicada e mais difícil de ser realizada. Como consequência, precisamos considerar que a Assistência Social Espírita deve abranger o SER HUMANO INTEGRAL – CORPO E ESPÍRITO.
Sabemos que todos somos espíritos em evolução, sem nenhuma exceção, neste planeta. Portanto a Assistência Social Espírita acaba por ser um socorro caridoso para com todos os assistidos na casa Espírita.
E, no que consiste a Assistência Social Espirita?
Para os que buscam a Assistência de caráter material:
Atendimento imediato de suas necessidades urgentes, como fornecimento de roupas e alimentos. Aí passa-se ao atendimento identificador, das pessoas e suas necessidades. Encaminhamento, se o caso, aos atendimentos de caráter espiritual, que compreendem orientação familiar visando o equilíbrio do grupo. Inscrição em aprendizados voltados a atividades de geração de renda complementar. Orientação escolar aos que estiverem na faixa etária. Devem também serem encaminhados ao aprendizado do Evangelho, com esclarecimentos sobre o Espiritismo, e aplicação dos passes Espíritas em todos. Isso mandatoriamente, por se tratar de uma casa Espírita. Para que isso ocorra, é necessária a existência de áreas educacionais dentro da Instituição, agindo em conjunto com a área assistencial.
Esses atendimentos objetivam proporcionar a essas pessoas a sua libertação. Libertação da dependência do socorro externo, gerador da figura de “vítima”, libertação da prisão psicológica fazendo-o sentir-se um ser independente, responsável pelas suas ações, e principalmente que o seu futuro depende do que for feito o seu presente. Essas libertações dos espíritos socorridos, possibilitam a assistência ser temporária, não ferindo a dignidade da pessoa.
Nesse tipo de ação, a caridade no conceito básico de Kardec – A Caridade é a alma do Espiritismo – estará sendo praticada.
Não à toa, o Codificador deu ao capítulo em que estuda a caridade, o capítulo XV de O Evangelho segundo o Espiritismo o título – FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO.
Uma última observação: todos os encarnados na Terra, sem nenhuma exceção, são espíritos em evolução. A evolução, via de regra, ocorre primeiro no intelectual, e depois no moral. É obrigação da casa espírita orientar a todos seus frequentadores da obrigação de cada um, na busca da evolução equilibrada, pois, também aqui, todos sem exceção, são assistidos pela casa Espírita.