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vinha de luz
Ildefonso Segura - 2017

UMA HISTÓRIA, MUITA HISTÓRIA

Por volta dos anos de 1956/58, veio residir em nossa Jundiaí, o casal ROQUE e MARIA DIRCE JACINTHO e sua filha SILVIA. Casal atuante no movimento espírita de nossa cidade, logo se vira formando um notável número de interessados em conhecer a doutrina espírita.

Na ocasião o Sr. Roque conseguiu uma sala, às terças feiras, à noite, no antigo prédio do Lar Anália Franco. Tão logo cresceu o núcleo de estudos, foi proposta à diretoria do Lar Anália Franco, que a família espirita local retornasse a gerir a inscrição, que até outra época estava sob a responsabilidade das lojas maçônicas de Jundiaí. Não houve entendimento e foi quando o Sr. Roque conseguiu juntar as lideranças espíritas locais. Deu-se a proposta de criar uma instituição que centralizasse as atividades assistenciais e doutrinárias.

Criaram-se então várias comissões de trabalho para angariar fundos financeiros e simpatia para a empreitada. Após um tempo, conseguiram-se fundos suficientes para dar entrada em uma propriedade ofertada na Vila Jundiainópolis, propriedade essa que alcançava um alqueire de terra nua.

Iniciou-se então, nos dias de semana a capinação de uma pequena parte do imóvel, onde se poderia em data aprazada instalar barracas e um palanque para ali se procedesse a primeira palestra doutrinária.

Quando tudo foi conquistado, em 03 de outubro de 1962, a convite ali compareceram as autoridades municipais, prefeito e vereadores, bem como presidente da USE e FEESP nas festividades. Apresentaram-se o coral da Federação do Estado de São Paulo, a Banda Paulista e o orador do dia.

Lançou-se então a pedra fundamental do Lar Espirita Vinha de Luz, em urna constando o Livro dos Espíritos, o Evangelho Segundo o Espiritismo e o Livro psicografado por Chico Xavier, Vinha de Luz, bem como jornais do dia, do município e do estado.

Passada a euforia das festividades, procurou a diretoria constituída, registrar o imóvel. Que desilusão. Quem vendera o imóvel não era seu proprietário. Tendo conhecimento do legítimo proprietário, um senhor que residia em Valinhos, para essa cidade se deslocaram uma comissão de espiritas, procurando sensibilizar o proprietário a vender o imóvel. Sem a quantia, esperava-se que fosse dado um prazo para novamente coletar a importância de sinal de compra. Em vão. O proprietário quando soube ser a instituição espirita, se recusou a vendê-la. Perdeu-se então o imóvel e o dinheiro oferecido, mas não esmoreceu o movimento.

Procurou-se então retirar a pedra fundamental do imóvel, e a caixa foi guardada na residência do Sr. Jeferson Siqueira, o 1º presidente do Lar.

Prosseguiram as comissões de angariar fundos, e estabeleceu-se um “carnê” de pagamentos mensais, que muito auxiliou na 2ª formação de fundos.

Ai, surgiu um imóvel na ‘Vila Caodáglio’, bairro da Ponte São João, com cerca de quase 5.000 metros. Pagou-se a 1ª prestação e procurou-se registrar o imóvel, que para alívio de todos era legítimo.

Novamente nos finais de semana, o agrupamento ligado ao Lar, procedia a limpeza, capina do imóvel, enquanto outro grupo com o caminhão do irmão Nelson Campanholo, percorria-se as olarias à procura de doações de tijolos que então eram transportados para a propriedade do Lar; propriedade essa que era um alagadiço só … e que só foi suplantado com o extraordinário auxílio das indústrias Pozzani que passaram a depositar os entulhos cerâmicos no terreno do Lar.

Com muito esforço conseguiu-se a construção do primeiro prédio do Lar, o mesmo que ainda hoje está em pé, e abriga atualmente a biblioteca e a venda dos pães.

Posteriormente, também com muito esforço aos finais de semana, feriados e mesmo em dias úteis da semana, quando possível, reuniam-se grupos de irmãos, que com entusiasmo e abnegação, construíram ao longo dos anos o agrupamento de pavilhões, de que hoje, também com grande esforço, utilizamos para as atividades de doutrina e assistência.

Ainda quando não havia sido desfeita a compra do imóvel na Vila Jardinópolis, ali mesmo, um local muito pouco habitado, com casebres bem antigos e alguns mesmo como que perdidos no matagal, os componentes do Lar, realizavam aos sábados à noite, a chamada ‘peregrinação’, aos moldes do que era realizado em Uberaba-MG pelos caravaneiros convidados pelo Chico Xavier.


Também aqui em Jundiaí, os componentes do Lar, empunhavam faroletes a querosene, para iluminar os caminhos, pois até então, não havia energia elétrica naquela região, assim visitavam as poucas casas ali existentes, levando roupas, calçados, alimentos e principalmente o conforto da visita, a leitura do Evangelho e o passe quando solicitado.

As reuniões doutrinárias, enquanto o Lar não possuía acomodações próprias, eram realizadas no Centro Espirita J.J. Rodrigues, situado no início da Rua XV de novembro, fundos da residência do irmão Jeferson Siqueira. Tão logo foi construído o primeiro prédio na propriedade do Lar, à Rua Frei Itaparica nº33, para lá se transportou toda a atividade doutrinária e assistencial.

Por essas casualidades, que só a visão espírita nos leva a entender, a instituição deixou uma grande propriedade, do outro lado da cidade e instalou-se a bem dizer “no sopé do morro” onde com o passar do tempo surgiu uma grande comunidade de irmãos necessitados: a ‘favela do São Camilo’.

No início o Lar, no intuito de atender às necessidades dessa população, criou a Sopa Fraterna, que era distribuída a céu aberto em meio a favela.


Com a construção do refeitório e da cozinha no Lar, passou-se a servir a Sopa Fraterna às segundas, quartas, e sábados. Durante cerca de 30 anos, ou mais até, prestou-se este nobre serviço naquela

comunidade. A par da sopa, atendia-se a leitura do evangelho e seu comentário, e também o atendimento espiritual do passe.

Desde o início das atividades, fora criada a sala de costura, onde as mulheres confeccionavam os enxovais para os recém-nascidos. Havia também aulas para que as gestantes aprendessem o mínimo de higiene no trato das crianças. Distribuía-se até a criança completar 1 ano e meio de idade, o leite em pó.

Aos domingos era realizada a evangelização infantil, quando então era distribuído o “TODDY” e o pão às crianças ali presentes (e eram em grande número).

Também aos domingos, após a evangelização infantil, grupos de caravaneiros procediam à visita aos familiares na favela, onde também eram levados pequenos pacotes de alimentos.

Procedia-se a leitura do evangelho e se solicitado aplicava-se o passe espiritual.

Com o transcorrer do tempo, o Lar como instituição, então tornou-se uma oferta aos irmãos em estado de vulnerabilidade. Passou-se a oferecer pequenos cursos profissionalizantes, aulas de reforço escolar para crianças, berçário para que as mães pudessem frequentar cursos de artesanato e similares. Durante um bom tempo houve atendimento médico e dentário aos necessitados.

Ainda hoje … as atividades doutrinárias, por orientação espiritual através de mensagens psicografadas por Chico Xavier onde então Dr. Bezerra de Meneses, nos orienta para que tenhamos sempre por roteiro as obras básicas da codificação. E é assim que até hoje nos empenhamos em fortalecer a fé através do estudo metódico e continuado no Pentateuco Kardecquiano.

Assim é que ainda hoje …

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